Agudo

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Agudo
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Agudo
Bandeira
Brasão de armas de Agudo
Brasão de armas
Hino
Lema "Meu torrão amigo"
Gentílico agudense
Localização
Localização de Agudo no Rio Grande do Sul
Localização de Agudo no Rio Grande do Sul
Localização de Agudo no Rio Grande do Sul
Agudo está localizado em: Brasil
Agudo
Localização de Agudo no Brasil
Mapa
Mapa de Agudo
Coordenadas 29° 38' 42" S 53° 14' 24" O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Sul
Municípios limítrofes Cerro Branco, Dona Francisca, Ibarama, Lagoa Bonita do Sul, Nova Palma, Paraíso do Sul, Restinga Seca
Distância até a capital 250 km
História
Fundação 16 de fevereiro de 1959 (65 anos)
Administração
Prefeito(a) Luís Henrique Kittel[1] (PL, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 534,624 km²
População total (2021) [3] 16 344 hab.
 • Posição RS: 120º BR: 2156º
Densidade 30,6 hab./km²
Clima subtropical
Altitude 83 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 96540-000
Indicadores
IDH (2010) [4] 0,694 médio
 • Posição RS: 334º BR: 2078º
Gini (2010) 0.52
PIB (2020) [5] R$ 541 865,30 mil
 • Posição RS: 130º BR: 1472º
PIB per capita (2020) R$ 33 038,55
Sítio http://www.agudo.rs.gov.br (Prefeitura)
http://www.agudo.rs.leg.br (Câmara)

Agudo é um município brasileiro localizado no estado do Rio Grande do Sul.

O nome "Agudo" é devido ao morro localizado na região, denominado Morro Agudo, por ter uma característica acentuada. O morro é considerado uma atração local e encontra-se de frente à avenida principal da cidade (Avenida Concórdia).

História[editar | editar código-fonte]

No território que compreende o atual município foram encontrados vestígios arqueológicos das tradições humaitá, vieira e tupi-guarani. Esses índios foram aldeados nos séculos XVII e XVIII nas missões jesuíticas espanholas.

A região aparece pela primeira vez em um mapa de 1800 organizado pela Província, onde consta um morro nominado "Agudo". Nessa região foi criada pelo Governo Provincial a Colônia Santo Ângelo em homenagem ao Presidente da Província, Ângelo Moniz da Silva Ferraz. Os primeiros imigrantes alemães, luteranos provenientes da Pomerânia, só chegam na região em 1 de novembro de 1857, desembarcando no Cerro Chato, margem esquerda do Rio Jacuí e os provenientes da Boêmia apenas chegaram em 1876. Antes da chegada dos imigrantes alemães, as terras próximas de onde se instalara a colônia eram habitadas por alguns posseiros de origem luso-brasileira.

O primeiro diretor da Colônia foi Florian Von Zurowski, que logo foi substituído pelo Barão Von Kahlden, que foi a primeira personalidade importante da história da Colônia Santo Ângelo, onde atuou como administrador público.

A partir de 1865, a Colônia Santo Ângelo se torna parte do 1º Distrito de Cachoeira do Sul, estendendo-se da margem esquerda do Rio Jacuí até a margem direita do Rio Botucaraí, divisa com a Colônia Germânia (atualmente o município de Candelária). A 4 de setembro de 1885, a Câmara Municipal de Cachoeira do Sul dividiu a Colônia Santo Ângelo em seis grandes complexos de acordo com a Lei Municipal nº 1.433 de janeiro de 1884, para a arrecadação de Imposto Colonial. Isso impossibilitava a colônia de tornar-se um grande município.

Já no século XX, Agudo é elevada a categoria de vila em 1938. O nome "Agudo" provêm de um morro a oeste do município com 429 m de altura, que possui característica acentuada.

O movimento de emancipação de Agudo foi iniciado a partir de 1957, objetivo alcançado dois anos depois quando a Lei nº 3.718 de 16 de fevereiro de 1959 criou o município, com uma área de 553 km².

Geografia[editar | editar código-fonte]

A cidade encontra-se ao centro do estado, a uma altitude de 150 metros, com uma população estimada em 2019 de 19.102 habitantes, tendo uma densidade demográfica de 33,45 hab/km² e área de 533,1 km², o que representa 0,1994% do estado. Os seus habitantes estão dividos em cerca de 9.002 na zona urbana, e cerca de 10.100 na zona rural.

Relevo[editar | editar código-fonte]

Na região pertencente ao município de Agudo, podemos destacar três principais: a várzea, áreas onduladas e de alta declividade.

A várzea costeia o rio Jacuí, o que faz com que a área seja própria para a cultura irrigada do arroz, principal produto agudense. É na várzea onde a sede do município foi instalada, cercada por uma cadeia de morros, a área de alta declividade, que caracterizam a região da Depressão Central do Rio Grande do Sul. É nessas áreas altas onde a vegetação nativa mais se mantém e que o fumo, segunda maior cultura de Agudo, predomina. Também o vemos plantado juntamente com o feijão, milho, mandioca e batata-doce nas áreas onduladas, relevo que apresenta ora saliências, ora depressões.

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Os imigrantes alemães que deram origem a Agudo vieram por meio do rio Jacuí, também de extrema importância na irrigação do arroz, no abastecimento de água e para a pesca. Em Agudo, o rio recebe inúmeros afluentes: Lajeado do Gringo (limite natural entre Agudo e Ibarama), Arroio do Lino Friederich, Arroio da Kroemer, Arroio Corupá, Arroio Hentschke, Arroio Grande, Sanga da Boa Vista (limite natural entre Agudo e Paraíso do Sul), além de vários outros. O Jacuí também delimita as divisas de Agudo entre outras cidades como Nova Palma, Dona Francisca, Restinga Seca.

Também destaca-se o Arroio Corupá, que recebe vários afluentes, destacando-se: Lajeado da Grota, Arroio Hotto Kegler, Arroio Teutônia, Arroio São Pedro e Arroio Araçá (limite natural entre Agudo e Lagoa Bonita do Sul). Esse arroio e seus afluentes percorrem uma região de relevo acidentado, formando muitas corredeiras e cascatas, sendo a mais conhecida a Cascata Raddatz.

O Arroio Grande-Nasce na localidade de Linha Nova. Recebe vários afluentes, destacando-se: Arroio Wendt, Arroio Radatz, Sanga Funda, Arroio do Engenho e Arroio Rincão Despraido. Desagua do Jacuí e também abastece a sede do município.

Entre as lagoas existentes em Agudo, destacam-se a Lagoa de Cerro Chato e Lagoa do Novo São Paulo.

Não há transporte ferroviário e aéreo, somente o rodoviário. O rio Jacuí, apesar de ser o mais importante do estado, é pouquíssimo usado para a navegação, devido ao seu leito assoredo é preciso uma drenagem para tornar a navegação possível. No passo Saint Clair, em Nova Boêmia, é realizada a travessia do rio Jacuí com barca por cabo, ligando Nova Boêmia - Agudo e Linha Ávila - Dona Francisca.

Evolução populacional de Agudo[6]
Ano
População urbana
População rural
População total
1960 1.126 11.510 12.636
1970 1.665 12.536 14.201
1980 2.432 13.226 15.658
1991 4.206 12.407 16.713
2001 5.655 11.800 17.455

Economia[editar | editar código-fonte]

A agricultura é a principal força motriz da economia agudense, destacando a cultura do arroz, fumo e morango, além de outras como milho, feijão, amendoim, soja, mandioca, batata-doce e inglesa, frutas. Uma característica herdada pelos imigrantes e bem disseminada é a existência de horta e pomar de frutíferas em sua propriedade.

Na pecuária, cria-se o gado de forma extensiva, para uso da própria família criadora (carne, couro, banha, leite), e vende-se o excedente. Também destacamos a avicultura e a apicultura.

Turismo[editar | editar código-fonte]

Para quem vem de fora, os maiores atrativos que Agudo oferece estão em ecoturismo e gastronomia. Como exemplos do primeiro caso: os balneários Drews, Hoffmann e Friedrich, as cascatas Raddatz e do Chuvisco, a Gruta do Índio, Morro Agudo, o Morro da Figueira (531 m de altitude), com a Rampa de asa delta e paraglider, travessia do Rio Jacuí, através de barca por cabo.Na gastronomia de destacam os Cafés Coloniais.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Apesar de ter como vizinhos alguns municípios pertencentes à Quarta Colônia de Imigração Italiana, Agudo é a cidade sede da Colônia Santo Ângelo, de imigração alemã. A cultura herdada pelos imigrantes é presente até hoje e pode ser observada em algumas manifestações de Agudo como feiras, festas e a tradição da língua alemã, que ainda é ensinada tanto domesticamente quanto nas escolas, preservada principalmente no meio rural. Com isso é possível facilmente ver pessoas falando no idioma.

Como cidade de colonização alemã, Agudo tenta preservar sua cultura germânica através de grupos de dança, ensino do idioma alemão — escolar e doméstico —, música, entre outras manifestações. O Instituto Cultural Brasileiro-Alemão, existente desde 1982, preserva a cultura através do Museu Histórico Pastor Rudolf Brauer e uma biblioteca alemã, além de proporcionar cursos e oficinas.

A principal festa é a feira anual Volksfest (alemão: "Festa do Povo"), que ocorre no mês de julho, em torno do dia 25, Dia do Colono. A feira compreende uma série de eventos que duram uma semana.Nela acontece, também a ExpoVolks - feira de gastronomia, negócios e entretenimento. Destaca-se uma grande quantidade de shows com bandas locais e danças folclórica, café colonial com comida típica da região e o comércio voltado tanto para o povo urbano quanto rural. É feriado municipal o dia 25 de julho, "Dia do Colono e do Motorista".

Agudo possui o Grupo de danças folclórico Freundschaft que representa o município, divulgando a sua cultura.

Outros eventos significativos são a "Feira da Cuca e do Moranguinho", "Choculin - Festa do Choppe, da Cuca e da Linguiça" e a "Kerbfest".

Café colonial pode ser apreciado em diversas localidades, apresentando a variedade da culinária alemã.

Prefeitos[editar | editar código-fonte]

Prefeitos de Agudo
Prefeito
Período
Aldo Luiz Germano Berger 1959 a 1963
Hildor Max Losekann 1964 a 1968
Pedro Álvaro Müller 1969 a 1972
Ari Alves da Anunciação 1973 a 1976
Pedro Osório Oliveira Schorn 1977 a 1982
Ari Alves da Anunciação 1983 a 1988
Pedro Álvaro Müller 1989 a 1992
Ari Alves da Anunciação 1993 a 1994
Ari Carlinhos Jaeger 1994 a 1996
Lauro Retz 1997 a 2004
Ari Alves Anunciação 2005 a 2012
Valério Vili Trebien 2013 a 2020

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • WERLANG, William. História da Colônia Santo Ângelo. Santa Maria: Palloti. 1995.
  • HOPPE, Leani Dânia Schumacher. Conhecendo Agudo. Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Agudo. 1992.

Referências

  1. [1]
  2. «Cidades e Estados». IBGE. 2021. Consultado em 12 de maio de 2023 
  3. «ESTIMATIVAS DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO BRASIL E UNIDADES DA FEDERAÇÃO COM DATA DE REFERÊNCIA EM 1º DE JULHO DE 2021» (PDF). IBGE. 2021. Consultado em 12 de maio de 2023 
  4. «Ranking». IBGE. 2010. Consultado em 12 de maio de 2023 
  5. «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 a 2020». IBGE. 2020. Consultado em 12 de maio de 2023 
  6. Dados do IBGE.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Ver também[editar | editar código-fonte]